18 de jul. de 2011

EUA abandonam ensino da letra de mão

O ensino da letra cursiva (de mão) será opcional em Indiana e deverá ser banido definitivamente nos próximos anos. A decisão deve ser seguida por mais de 40 Estados americanos que também consideram esta forma de escrever como ultrapassada. Na avaliação deles, é mais importante se concentrar no aprendizado das letras bastão (de forma).
O argumento dos defensores desta lei, que provocou polêmica nos Estados Unidos nas últimas semanas, é de que hoje as crianças praticamente não necessitam mais escrever as letras com caneta ou lápis no papel.
Seria mais importante elas aprenderem a digitar mais rapidamente, já que quase toda a comunicação acontece por meio de letras de forma nos celulares e computadores.
"As escolas devem decidir se pretendem ensinar letra cursiva, mas recomendamos que deixem de ensinar e se foquem em áreas mais importantes. Também seria desnecessário encomendar apostilas que ensinem letras cursiva", diz um memorando do Departamento de Educação de Indiana.
A Carolina do Norte também já anunciou que adotará uma medida similar, segundo suas autoridades educacionais.
A Geórgia é outro Estado americano que recomenda o fim do ensino, segundo seu porta-voz Matt Cardoza, apesar de "aceitar que os alunos aprendam a letra de mão caso os professores considerem necessário".
Esses Estados, assim como outros 40, integram o Common Core Stated Standards Initiativa (Iniciativa para um Padrão Comum de Currículo), responsável por tentar padronizar o ensino básico nos Estados Unidos. O grupo defende abertamente o fim do ensino da letra cursiva.
Jody Pfister, diretor de um distrito escolar em Indiana, escreveu artigo em um jornal local defendendo as mudanças. "Se olharmos antigos documentos ou se vermos a escrita de mão dos tempos da guerra civil, eles eram verdadeiros trabalhos artísticos e certamente perderemos parte disso. Mas temos de levar em conta o progresso", escreveu o diretor.
Os opositores, além de levar em conta a tradição, dizem que a letra representa em parte a personalidade das pessoas, especialmente nas assinaturas, e também permite que sejam lidos documentos históricos, como a declaração de independência dos Estados Unidos.
Um encontro da Master Penmen, a associação internacional dos instrutores de letra de mão, deve se encerrar hoje no Arizona com um repúdio à decisão em Indiana. Eles contam também com um apoio indireto do presidente Barack Obama, que tem o costume de escrever cartas de próprio punho para algumas pessoas, inclusive para eleitores.
Trajetória. Até poucas décadas, o ensino da letra cursiva nos países ocidentais era inquestionável, e crianças passavam horas aperfeiçoando a letra em cadernos de caligrafia. O importante, além de tornar os traços legíveis, era ser capaz de escrever de uma forma considerada bonita. Foi com a pedagogia moderna que a exigência da letra cursiva começou a ser questionada. Com o tempo, cadernos de caligrafia caíram em desuso. 

4 de mar. de 2011

Carta de uma professora à revista Veja.

Abaixo envio uma cópia da carta escrita por uma professora, que trabalha  no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja. Esta carta é uma resposta a uma reportagem em que a jornalista defende a idéia de que as aulas sejam cronometradas a fim de medir o tempo que o professor fica em sala de aula e o tempo em que "efetivamente está dando aula". Peço, por favor, que a repassem. Vale a pena ler.
 

RESPOSTA À REVISTA VEJA t

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS  razões que  geram este panorama desalentador.
Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas  para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que  pais de famílias oriundas da pobreza  trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos  em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.
Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê?  De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.
Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos,  há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos,  de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.
Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução),  levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”,  elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;
Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.    Há de se pensar, então, que  são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que  esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia,  até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.
Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante É QUE HÁ DISCIPLINA. E é isso que precisamos e não de cronômetros.  Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.
Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade. Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade!  E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo
Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões  (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!
Passou da hora de todos abrirem os olhos  e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores  até agora  não responderam a todas as acusações de serem despreparados e  “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

3 de fev. de 2011

A Linguagem - Pensamentos Introdutórios

Arcângelo Buzzi, na sua obra Introdução ao Pensar, (17ª edição, Petrópolis, 1988) apresenta, em três capítulos, as principais funções da Linguagem: abrir e realidade, nos pôr na procura e nos propor a convivência. Os pensamentos a seguir são tirados desses capítulos:

1. Com a palavra se fundam as cidades, se fazem os portos, o exército e se governa o Estado (Górgias).

2. Moramos na tenda da linguagem. Nós e todas as coisas. Na linguagem não nos fechamos, não nos enclausuramos; abrimo-nos à percepção da realidade; entregamo-nos a muitas experiências; devotamo-nos a múltiplas aprendizagens. A linguagem é vendaval que nos sacode: é fogo que nos incendeia; é semente que nos faz crescer, florescer e frutificar.

3. Moramos na casa da linguagem e a todo instante convidamos as coisas a entrar e a morar em nossa companhia; todas as coisas, as próximas e as distantes; não menos as distantes, não mais as próximas. Na linguagem surge o mistério da proximidade e da distância.

4. O que eu vi, sempre, é que toda ação principia mesmo é por uma palavra pensada. Palavra pegante, dada ou guardada, que vai rompendo rumo. (Guimarães Rosa).

5. Estamos na linguagem como o peixe está na água. Nadando, o peixe mora alegre no seu ambiente. Falando o homem também mora.

6. Na palavra terra, vemos a terra; na palavra água, vemos a água; na palavra fogo, vemos o fogo; na palavra amor, vemos amor; na palavra ódio vemos o nefando ódio (Empédocles).

7. O objetivo da armadilha para pegar coelho é pegar coelhos. Quando estes são apanhados, esquece-se a armadilha. O objetivo das palavras e dos nomes é transmitir o sentido do ser, a melodia da existência. Quando esta é apreendida, as palavras são esquecidas ( A via de Cuang Tz).

8. Cada palavra é musa discreta que nos convida à procura. Ao ouvi-la, importa escutar de que coisa está falando. A fala procura as coisas, convida-as a morar conosco, a entrar em nossa casa, a pôr-se à nossa mesa, a declarar elas mesmas o esplendor do seu ouro, o gosto do seu vinho.

9. A tinta de impressão enjaulava os pensamentos; eles não podiam fugir, assim como um dumbu não pode fugir da armadilha (McLuhan).

10. O templo é todo feito para entrar e estar junto. É convite. Quem nele entra, entra para escutar e entregar-se à coisa da escuta.

11. Na catedral da linguagem tecemos a convivência. Este espetáculo da terra é tarefa do Homo Loquens*. Cada som de sua voz e cada escrita de sua mão chamam à convivência. A escrita ensina as nuanças sonoras da voz humana, tanto quanto a imobilidade das estátuas, as nuanças imperceptíveis dos gestos. No som e na letra, a linguagem nos convida à convivência.

* Homo Loquens significa literalmente o homem que fala. É uma analogia ao Homo sapiens, acentuando o fato de que a fala é elemento de diferenciação do ser humano em relação aos outros animais.

31 de jan. de 2011

Mas onde está a Lei de Responsabilidade Fiscal?

O Fantástico exibiu nesse domingo, 30/01/11, a reportagem do padre Marcelo protegendo seu "povo" no município de Santo Antônio do Descoberto.

Com muita coragem abriu as portas de sua igreja e pôs os munícipes pra dentro buscando poupar acidentes.


“Ninguém vai bater no meu povo, não! Pode entrar!”


A atitude do Padre Marcelo, em meio ao caos, mostra a coragem, humanidade e amor à comunidade de sua cidade. Surge um herói humanista em prol do bem estar estar social de um povo tão massacrado pelas intempéries daquele município.


Quando o prefeito é entrevistado diz que a população está correta na manifestação e como justificativa culpa a gestão anterior que deixou uma dívida muito maior do que a arrecadação mensal. 


Então a pergunta é: Para que serve a Lei de Responsabilidade Fiscal? Onde Está o Plano Orçamentário e Diretor desse município?


A Cidade está jogada à sorte e ao azar simultâneos na ideia "seja o que Deus quiser". E o mais impressionante é que trata-se de um município, ali, vizinho de Brasília.


O que houve em Santo Antônio do Descoberto? Desvios de verbas? Santo Antônio está, literalmente, descoberto de gestão e respeito aos munícipes causando esse caos exacerbado sem saúde, segurança, educação, saneamento...


O que faz os deputados federais de Goiás que fecham os olhos e dêem as costas a população? Sim, porque, não vejo outra perspectiva além dessa que justifique esse caos. E o Senador de Goiás? O que faz, heim, rapaz? Será que verbas parlamentares não minimizariam os problemas da cidade? Ahh... Já sei! Deve ser porque Santo Antônio do Descoberto não é o reduto eleitoral dos Excelentíssimos que representam Goiás. Sem contar o próprio governador e os deputados estaduais. Pois parece que são co-partícipes desse caos. Coitado do povo!


Mas há uma esperança: o padre Marcelo, simples, conservador, jovem, corajoso, humanista está lá para confortar o povo.


O Executivo e o Legislativo devem abrir os olhos ou melhor ainda: Mudem-se para Santo Antônio do Descoberto. Matriculem seus filhos e netos nas escolas públicas da cidade. Dependam da segurança e da saúde oferecida pela cidade. Desafio aos senhores excelentíssimos do executivo e legislativo a mudarem de suas residências. Vão: Santo Antônio do Descoberto! Lugar bom! Ao lado de Brasília! Há um excelente padre nessa cidade.

27 de jan. de 2011

Início das aulas de 2011.

As aulas iniciarão em breve. E você, já está preparado?

Primeiro você precisa buscar a auto disciplina em acordar no horário, realizar seus afazeres antes da escola e ir estudar.

Reencontrar os amigos, os colegas, os professores e até aquelas pessoas que você considera indesejada faz parte da vida social e da contenda de aprender novos conteúdos para a busca do conhecimento em prol da ação com sabedoria.

A escola é uma instituição social afim de promover novos conhecimentos, desafios, projetos em prol do aluno para que haja uma sociedade justa e verdadeira. Se estudar pode não ser fácil, também não é fácil o trabalho dos professores. Não é somente ensinar, mas formar pensamento e possibilitar que o aluno resolva suas questões cotidianas na prática e de forma razoável baseando no conhecimento adquirido na escola e em seu ambiente.

Teoricamente é tudo muito lindo; até romântico! Mas o ambiente escolar, por ser social, tem momentos de intempéries, estressantes, desconsertantes. Esses momentos acorrem tão somente por vaidade ou querer provar que é o melhor. Tira a vaidade. Tirar querer provar ser o melhor em tudo. Concentre-se necessariamente no estudo, na busca do conhecimento, na aplicação do conhecimento adquirido. Provas e trabalhos são consequências desse processo longo.

Aprenda a ouvir mais e mais seus professores e estude de fato. A nota boa será consequência.

Boa sorte a todos!

5 de jan. de 2011

Férias ou Recesso Escolar?

Na segunda quinzena de dezembro até penúltima semana de janeiro ocorre a famosa pergunta: férias ou recesso escolar? Qual a diferença?

Para os docentes esse período é o de Recesso Escolar. Na prática isso significa que em dias úteis a escola pode convocar o professor a comparecer na escola para trabalhos. Muito embora, há acordos sindicais que a escola não o deva fazer tal convocação. Vale a pena consultar a legislação ou mesmo um acordo com a escola.
Férias ocorre somente no mês de Julho atendendo à CLT. Nesse período a escola não pode convocar seus docentes.

Portanto, estamos de Recesso Escolar e, claro, os alunos, de férias.

Um forte abraço!